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        VEREADORES DA BASE DO GOVERNO NÃO DEFENDEM OS INTERESSES DA POPULAÇÃO      

Em 2013, com a autorização da Justiça Eleitoral, aumentou o número de vereadores em muitas Câmaras Municipais. Em Imperatriz, o número de vereadores passou de 13 para 21. O que muitos pensavam é que isso traria uma maior representação dos interesses dos cidadãos, principalmente dos moradores dos bairros da periferia.


Passadas a eleições e os primeiros meses do ano, as esperanças da população caíram por terra.Já no processo de eleição da mesa diretora da Câmara de Imperatriz,vimos como a Câmara (Legislativo) é submissa à Prefeitura (Executivo). Exemplo disso foi a reeleição do vereador Hamilton Miranda/PSD como presidente,e a tomada da mesa diretora e das principais comissões pelos seus partidos aliados.


Depois das eleições, os partidos que concorreramà Câmara Municipal (Legislativo) ficaram divididos em 3 blocos:


1 – partidos coligados com o prefeito reeleito Sebastião Madeira/PSDB (PTB/PSL/PSDB/PSD/PTdoB), com um total de 9 vereadores eleitos;


2 – partidos ligados à candidata Rosangela Curado/DEM (PRB/PMDB/DEM), com 5 vereadores;


3 – partidos não coligadosque tiveram representantes eleitos (PT, PCdoB e PDT), num total de 4vereadores.


Na atual situação, os vereadores dos dois primeiros blocos estão hoje comandados pelo prefeito, somando-se a eles Chiquinho da Diferro/PR e Enoque Serafim/PDT. Falta nessa conta Antonio Carlos/DEM, que ainda não tomou posição definida. 


Essa composição vem demonstrando a cada dia ser um pau-mandado do Poder Executivo, o para-choque das críticas ao governo.


A prova disso veio com a aprovação a toque de caixa do projeto de reajuste salarial dos funcionários públicos municipais de apenas 6%. Isso levou os trabalhadores da saúde a fazerem uma parada de advertência de 24 horas, e provocou uma greve dos trabalhadores da educação que já está perto de completar30 dias de paralisação.


O prefeito diz não poder dar um aumento maior do que a Prefeitura encaminhou e que os vereadores aprovaram... mas a realidade é bem diferente para os que estão no poder. Em 2012, a Câmara aprovou vários aumentos: o prefeito passou a ganhar 18 mil reais (vice: 13 mil), os secretários municipais passaram de 9 mil para 12 mil, e os vereadores passaram de R$5.820,50 para pouco mais de 10 mil reais.


A mobilização dos trabalhadores da educação tem como principal ponto de pressão a Câmara Municipal – lotando as dependências, protestando contra a aprovação do projeto de reajuste e a submissão aos mandos do prefeito. Por causa disso, os defensores do governo estão se sentindo acuados, ao ponto de cancelarem as sessões por dois dias seguidos.

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                "O Bancário Invisível”        



Greve nacional dos bancários. Na tevê, o Jornal Nacional, patrocinado por um banco qualquer, noticia a dificuldade dos aposentados em manusear sozinhos os caixas eletrônicos. Enquanto a categoria luta contra a sobrecarga de trabalho, o alto índice de assédio moral e de adoecimento, o cidadão - que perdeu um dia inteiro de serviço pra sacar o seu FGTS ou abrir uma conta - assiste, passivamente, ao telejornal e elege o seu vilão: o trabalhador bancário.

Um dos segmentos mais lucrativos, o setor financeiro, está também entre os que mais adoecem seus empregados, motivo pelo qual fica fácil supor que tal rentabilidade origina-se não só das altas tarifas e juros exorbitantes praticados, mas também da perversa exploração contra o seu operariado.

Mas nada disso é abordado nos telejornais ou em revistas de grande circulação e, por isso, segue desconhecido do grande público. Nem a insegurança bancária é tratada, nem a defasagem de empregados, nem a lentidão do sistema, nem os problemas de infraestrutura ou qualquer outro fator que demonstre as condições adversas de trabalho do setor. Enquanto os bancos compram o silêncio da mídia, esbanjando com patrocínios milionários, o bancário assume no dia-a-dia a cobrança pelo péssimo serviço prestado pela sua empresa.
Portanto, caro leitor, ao se deparar com uma fila de banco diante de um empregado atendendo e mais três guichês vazios, tente lembrar o nome do anunciante do jornal e atente para o seu discurso sorrateiro que procura atribuir a condição de vilão a quem é tão vítima quanto o cliente. Dessa forma, além de saber a quem reclamar (Banco Central, Ministério Público, PROCON), é importante também enxergar o bancário como mais um trabalhador lutando pelo seu salário e não como uma extensão personificada da ganância sem limites dos bancos.

                                                                Pietro marino Filho, bancário e dirigente sindical

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